EDUCAÇÃO EMOCIONAL
- Psicº. Alan Müller
- 8 de nov. de 2018
- 3 min de leitura
O que é Educação Emocional? Como ela pode ser estimulada?

Segundo pesquisas recentes, 48% dos americanos apresentam problemas psiquiátricos ao menos uma vez em sua trajetória de vida (SANTOS, 2000, p. 46). Estes dados apontam a ausência de prevenção de saúde mental em âmbito geral na sociedade contemporânea. A educação emocional por meio do treino das Habilidades Sociais possibilita o autocontrole frente às emoções geradas pelos estímulos objetivos vivenciais. Esta capacidade de monitorar os próprios sentimentos acarreta em uma gama de atitudes que possibilitam uma constante atualização dos mecanismos psíquicos do indivíduo. Da mesma forma que a educação física objetiva manter os corpos dos alunos saudáveis, a educação emocional visa, além de prevenir problemas, promover a saúde mental dos discentes.
A educação emocional aguça, por meio de estímulos lúdicos, a inteligência emocional, a qual visa possibilitar ao homem a “[...] capacidade de expressar acuradamente suas emoções e as necessidades relacionadas com seus sentimentos [...]” (SANTOS, 2000, p. 46). Objetivando concretizar este processo pedagógico, os gregos se utilizavam dos mitos, os quais por meio de simbolizações trabalhavam questões centrais das vivências emocionais do homem. Estas práticas produzem o controle reflexivo das emoções, gerando um aumento significativo na autoconsciência e no monitoramento das emoções, distinguindo-as entre as agradáveis e as desagradáveis. A introspecção reflexiva pode ser estimulada por meio da contação de histórias, jogos, atividades lúdicas e apresentação de filmes.

Objetivando concretizar este processo pedagógico, os gregos se utilizavam dos mitos, os quais por meio de simbolizações trabalhavam questões centrais das vivências emocionais do homem.
Jaeger (1995), renomado pesquisador da cultura helênica, expôs com detalhes como se dava a formação do homem grego. A educação se dava inicialmente no gymnasium, que significa desnudar-se, ali o aluno aprendia a ser verdadeiro, ser por fora como era por dentro. Para tanto, os pedagogos, os mestres, utilizavam-se dos mitos. Contavam os mitos às crianças sob as sombras frescas de grandes árvores, os plátanos (que deram origem à palavra plateia), e por meio destes contos as crianças davam significados aos elementos narrados nas histórias, aprendendo a lidar com diferentes emoções e situações. Posteriormente, adentrariam aos simpósios onde focariam na erudição técnica propriamente dita.

É neste sentido que o filósofo espanhol Ortega y Gasset classificava o mito como um hormônio psíquico, visto que este exercita a razão vital do homem, a capacidade humana de dar sentido aos fenômenos da realidade. O homem, para este filósofo, é dotado da capacidade de iluminar os seres com sua razão, significando-os. Assim, ao invés de utilizar o conceito de ambiente, Ortega utilizava o termo paisagem pois a mesma poderia ser repintada com um novo sentido. A pedagogia da razão vital, logo, almeja capacitar os alunos a exercitarem esta singular capacidade humana e para tanto os professores poderiam ser habilitados para compreenderem as variadas paisagens de cada aluno e auxilia-los a repintar os conteúdos trabalhados com a participação ativa dos mesmos.
Destarte, a Educação Emocional permeia todo o contexto social da criança. A Escola deve confluir para um sistema que traga a integração dos diferentes tipos de paisagem e que conceba cada indivíduo em sua singularidade, compreendendo como aquele aluno lida com suas emoções e interpretações durante as aulas.
Tanto o autoconhecimento quanto o treinamento das habilidades sociais podem ser facilitados por meio da ajuda de um psicólogo, caso perceber que existe necessidade para tanto procure um profissional.
Gentiliza entrar em contato em caso de dúvidas ou sugestões.
Um grande abraço.
REFERÊNCIAS
DESSEN, Maria Auxiliadora; COSTA, Áderson L. J. A Ciência do Desenvolvimento Humano: Tendências atuais e perspectivas futuras. Artmed: 2008.
ESTANISLAU, Gustavo M.; BRESSAN, Rodrigo A. Saúde Mental na Escola: O que os educadores devem saber. São Paulo. Artmed Editora Ltda, 2014.
JAEGER, Werner Wilhelm,. Paidéia: a formação do homem grego. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
ORTEGA Y GASSET, J. Meditações do Quixote. São Paulo: Iberoamericana, 1967.
ORTEGA Y GASSET, J. The Revolt of the Masses. New York: W, W. Norton & Company Inc., 1993.
SANTOS, Jair de Oliveira. Educação Emocional na Escola: A Emoção na Sala de Aula. Salvador, 2000.
Autor: Alan é Psicólogo (CRP-12/15759), atuando com psicologia clínica na cidade de Brusque - SC; Além disto é Escritor, Mestrando em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), graduado em Psicologia pela UNIFEBE, com ênfase em Prevenção e Promoção de Saúde, e graduado em História pela Universidade Paulista. Membro ativo do Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade (LabFeno) da UFPR.
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