O que fazer durante uma crise de ansiedade?
- Psicº. Alan Müller
- 8 de abr. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de fev. de 2020

As repentinas mudanças da sociedade contemporânea, principalmente no campo tecnológico, têm afetado drasticamente as relações intra e interpessoais (ou seja, a relação comigo mesmo e com as outras pessoas). Estudos recentes (Hendriksen, 2018) apontam que o aumento de aparelhos que nos permite estar conectados à internet o tempo inteiro, associado ao alto fluxo de informações tem gerado um aumento generalizado de sintomas de problemas relativos à ansiedade. Consubstancialmente, a taxa de procura pelo termo ANSIEDADE tem se elevado repentinamente em mecanismos de busca como o google. Isso pode denotar que as crises de ansiedade estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas.
Vale ressaltar que a ansiedade é uma resposta natural do organismo frente às situações que exigem adaptação. Ela nos proporciona atenção, estado de alerta, nos permitindo estar preparados para qualquer perigo eminente. A ansiedade, em suma, possui um papel importante em nossa rotina, permitindo que nos adaptemos e improvisemos variadas respostas aos problemas diários. Contudo, a situação se agrava quando me encontro em uma vivência de vigilância constante, ou seja, quando estou ansioso o tempo inteiro sem uma necessidade real para isto. Com este verdadeiro bombardeio de informações, a constante mudança de paradigmas em nossa vida, a hiperestimulação cerebral e todos os outros eventos da sociedade atual, nos sentimos por vezes ativos demais, pensando excessivamente no futuro e o que virá e suas possíveis consequências. Logo, surgem as crises de ansiedade. O que posso fazer nesses casos?
Primeiramente recomendo que procure um profissional, seja um psicólogo ou um médico psiquiatra. Em alguns casos uma medicação será necessária, as vezes com o auxílio da psicoterapia a questão poderá ser sanada. Destaco que cada caso é único devido a singularidade das experiências humanas. Contudo, se não for possível, seguem algumas dicas que podem lhe ajudar a se focar no momento presente, evitando assim o hiperfoco nos pensamentos automáticos de cunho catastrófico que acabam gerando o ciclo de ansiedade.

1. PARE! Imagine uma placa de trânsito, dessas de pare, e focalize sua atenção nela inicialmente. A ideia é parar os pensamentos automáticos do tipo: “vou morrer”, “vou ter uma crise”, “não vou conseguir”, “não vai dar certo”, etc. Estes pensamentos aumentam a ansiedade e ampliam os sintomas fisiológicos como palpitação cardíaca, sudorese, respiração acelerada, tremores, garganta fechada, medo de perder o controle, entre outros. Quanto maior sua crença nos pensamentos automáticos mais forte serão os sintomas.
2. Desfoque! É preciso evitar a crença nos pensamentos automáticos, mas também é crucial desfocar a atenção aos sintomas físicos. Se você ficar prestando atenção no seu coração acelarado, sua sudorese, etc, reforçara os pensamentos. O ideal é conseguir se concentrar em outras coisas. Observe seu ambiente ao redor, conte 10 itens da cor azul, 10 verdes, 10 vermelhos, etc. Procure alguém para conversar, um filme para analisar o roteiro, uma pulseira para contar os elos, ou caso não seja possível nada disso, foque em sua respiração.
3. Respire! Falando em respiração, é importante que você realize a respiração diafragmática Coloque uma mão sobre a barriga e a outra sobre o peito, a mão da barriga deve elevar-se mais do que a outra, enchendo o diafragma. Inspire pelo nariz, segure e solte pela boca.
4. Relaxe! Pratique algum tipo de relaxamento. Como frisado anteriormente o ideal é que procure um profissional para que você possa inicialmente realizar algumas sessões de relaxamento progressivo em consultório e assim criar background. Caso não seja possível, tente concentrar-se em cada músculo por vez. Comece contraindo os músculos das mãos, depois dos braços, etc. Contraia e solte, sentindo a sensação de relaxamento daquele músculo. Uma música tranquila poderá ajudar.
Espero que estas dicas possam ajudar em um momento de crise.
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Um grande abraço.
Hendricksen, E. (2018) How to Be Yourself: Quiet Your Inner Critic and Rise Above Social Anxiety

Autor: Alan é Psicólogo (CRP-12/15759), atuando com psicologia clínica na cidade de Brusque - SC; Além disto é Escritor, Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), graduado em Psicologia pela UNIFEBE, com ênfase em Prevenção e Promoção de Saúde, e graduado em História pela Universidade Paulista. Membro ativo do Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade (LabFeno) da UFPR.
Quero receber sempre que postar. Obrigada.
Excelentes dicas. Conteúdo muito rico. Tomei a liberdade de compartilhar Alan.